Amizade I

Depois de alguns posts está na hora de mudar o rumo das vossas vidas (eu faço por merecer a estátua), ou simplesmente e vulgarmente falando, está na altura de partir a louça toda e dizer algumas verdades acerca de um dos nossos conceitos preferidos: a amizade!!!!

Não vou perder tempo em falar da amizade daqueles dois amigos que se dão bem, que vão tomar um copo juntos para falar de futebol, de mulheres e quem sabe, se tiverem tempo, de carros ou outra coisa qualquer. Acima de tudo, nós homens não complicamos o óbvio. Por sua vez, a amizade entre mulheres é muito, mas muito mais excitante, dramática, tresloucada, inconsistente, mutável, ilógica (podia passar aqui o dia a adjectivar)...cómica e profundamente deliciosa de observar!

Adoro esta coisa da amizade do pé atrás, plena em artifícios e normas sociais. Basicamente, elas gostam umas das outras, mas só às vezes. Se elas se dessem bem todos os dias corriam o risco de se transformar em homens e nós, de facto, não queremos isso. Até porque isso estragaria o bom timing de nos aproximar-mos delas quando estas se chateiam com a melhor amiga. Seja porque esta foi ao Brasil e não convidou, ou porque só procura a companhia das amigas quando o namorado a despacha, ou porque usa aquele decote ousado que se torna o centro das atenções (principalmente quando naquele dia a sua melhor amiga ia apresentar o novo namorado), ou também porque desde que tem um novo emprego passou a ter a mania que é importante, ou porque simplesmente a amiguinhia "tirou de esforço" do namorado (Topo de Gama lembras-te?) - tudo serve como motivo para um atritozinho neste mundo concorrencial!

Quando nós jogadores do título não queremos estar com um amigo, não estamos, ou simpaticamente inventamos uma desculpa, que não fere susceptibilidades («hoje já tenho planos, ou vou sair com uma amiga» resolve a questão)! As mulheres conseguem, e isto é lindo, manter o sorriso, abraçarem-se de saudades (no dia anterior estiveram juntas) e trocarem piropos («Oh linda estás de arrasar e esse gloss fica-te mesmo bem!), quando na verdade a última coisa que queriam ver à frente era aquela vac....aquela gaja, que dois dias depois inecreditavelmente voltou a ser a sua melhor amiga. A capacidade de perdoar o que não era sequer motivo de chatice é uma qualidade que aprecio no meio feminino. Como é evidente estas constantes trocas permitem aos seres masculinos, plenos de bom humor e algum sarcasmo, brilhar intensamente e ouvir aquele sempre aprazível «és demais», ao qual só apetece responder «pois sou!» (esta parte omite-se).

Fico possuído com este vai-e-vém de emoções e adoro "gargalhar" com as circunstâncias desta metamorfose comportamental associada ao conceito de amizade. Agora imaginem grupos de meninas em confronto...[ehhehe (lindo só de pensar)].

Está assim escrito o tomo I sobre a amizade, reservando a "amizade" (se é que existe) entre homem e mulher para um próximo capítulo! Mas estejam atentos, quando vos disserem "gosto muito de ti como amigo" (aquela frase que deixa um homem verdadeiramente diminuído) é bem possível que esteja na altura de pensarem seriamente na próxima contratação de Inverno, senão o título pode fugir!

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